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Comunicado USI – Novo Banco uma solução com futuro

A USI, enquanto confederação sindical que agrega dois sindicatos do setor bancário (o SNQTB e o SIB) acompanha atentamente a situação do Novo Banco e, em particular, as mais recentes notícias sobre o futuro dessa instituição.

O Novo Banco é uma instituição de crédito de referência no panorama nacional, mantendo uma importante quota do mercado bancário português.

Nessa medida, o Novo Banco assume particular relevância no apoio que presta às pequenas e médias empresas nacionais, as quais, por sua vez, tem um papel fundamental na dinamização da economia portuguesa e criam emprego sustentável e qualificado.

A importância do Novo Banco exige assim que seja evitada uma venda precipitada ou que este seja desmembrado, com trágica perda de valor.

Na verdade, uma solução precipitada ou mal medida colocará em risco o Banco e os seus colaboradores, mas será igualmente grave para a economia e empresas nacionais.

A (cada vez mais) aventada nacionalização transitória poderá ser um meio adequado para garantir que o Novo Banco e as empresas que apoia continuam a ser um fator de desenvolvimento da economia portuguesa.

A USI considera que, em caso de alienação, o novo acionista deverá assegurar um projeto que garanta que o Novo Banco seja uma instituição viável e com futuro e não uma oportunidade de especulação financeira, meramente com vista ao desmembramento ou (re)venda do Banco.

É assim imprescindível que seja tomada uma decisão que, a seu tempo, mas não a destempo, assegure um Novo Banco uno, estável, com compromisso da manutenção dos postos de trabalho e do centro de gestão em Portugal.

A solução adotada para o Novo Banco tem de corresponder a um projeto sustentado de desenvolvimento, credível e viável, continuando a cria valor em proveito da economia portuguesa.

O futuro do Novo Banco deve ainda ser partilhado com os seus colaboradores, o que deverá assentar em dois pilares fundamentais:

A possibilidade de participação no capital, numa parte reservada para o efeito, no caso de futura alienação do Novo Banco;

A implementação de um sistema de co-gestão, permitindo que os colaboradores tenham efetiva intervenção na gestão e no futuro do Banco, conforme ocorre nas mais avançadas economias europeias.

Ainda quanto ao modelo de co-gestão diga-se que é decisivo assegurar que os representantes dos trabalhadores integrem os órgãos de fiscalização e de supervisão das empresas.

Se assim fosse, porque os trabalhadores e seus representantes são os maiores interessados na viabilidade económico-financeira das empresas em que trabalham, teria provavelmente sido evitado o abrupto colapso ou as perdas monumentais que ocorreram em bancos e operadoras de telecomunicações, entre outras, e que tiveram repercussões a nível nacional e mundial.

Apenas com o envolvimento de todos será possível Portugal ter empresas fortes, sustentáveis e com futuro. O Novo Banco tem de ser (merece ser) uma oportunidade ganha.

 

Lisboa, 11 de janeiro de 2017.

A Comissão Executiva

 

Comunicado disponível em versão pdf